quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A pluralidade terminológica


Portfólio – aula dia 05/09/2009


Após a apresentação do primeiro grupo, o professor retomou o conceito de gênero e a definição sucinta de linguagem e discurso para o esclarecimento de dúvidas.
A respeito do assunto gênero, é importante ressaltar que o mesmo se trata da materialização do discurso e de formas de organização da linguagem, constituindo-se em estilo, estrutura composicional e conteúdo temático. Além disso, ele é um produto sócio-histórico cultural classificado pela tipologia predominante no texto: narração, descrição, argumentação, injunção e exposição.
O professor enfatizou que não há como se comunicar nas práticas cotidianas se não for por um gênero, como por exemplo, através de palestras, bate papo, aulas, telefone e etc. Pois cada um tem sua estrutura, estilo e a forma de se expressar. Quanto maior a variedade de gêneros, maior o grau de letramento, dessa forma devemos criar situações, dentro de um contexto, para que as crianças tenham contato com diferentes gêneros e não estudá-los de forma descritiva.
Partindo da teoria de M. Bakhtin, os gêneros são estáveis, porém podem sofrer algumas mudanças de acordo com as transformações da sociedade em que estão inseridos. Ainda há a possibilidade da estruturação de intergêneros, os quais se interligam, sendo que um atribui função ao outro.
“Autoria eixo do letramento.
Ser autor é construir seu próprio discurso e levar isso para vida.”
Com esse pensamento iniciamos o assunto letramento e ainda comentamos que a aprendizagem da escrita não possui como espaço único a escola, pois a escola é somente um espaço institucionalizado. O letramento é um conjunto de práticas de uso da escrita que tem modificado profundamente a sociedade, mais amplo do que as práticas escolares, porém incluindo-as. Seu conceito leva ao coletivo, já na alfabetização ao individual.
O termo letramento foi citado pela primeira vez por Mary Kato em 1995, contudo Paulo Freire, mesmo sem utilizar este termo já pensava sobre isso ao mencionar que a leitura de mundo precede a leitura da palavra.
Existem ainda hoje as sociedades ágrafas - que não usam a escrita - na qual os indivíduos possuem uma maior memória e uma melhor fala, pois o único meio da propagação da cultura é a comunicação oral.
A escrita causou modificações sociais ocasionando um avanço na sociedade, essas mudanças são: a invenção da modernidade, invenção da história e da tecnologia, representatividade da educação em geral, domínio privilegiado da cultura, problema de padronização, atribuição de direitos e apropriação de poder. É necessário padronizar para haver comunicação e organização, porém se tornam excludentes quando na escola os educadores não consideram a escrita das crianças em seus estágios iniciais.
Entretanto, existem também as implicações do conceito nas várias definições do letramento, na questão social, política e etnográfica. Investigá-lo é observar práticas lingüísticas em situações em que tanto a escrita quanto a fala são centrais para a atividade comunicativa em curso.
A mais importante agência de letramento é a escola que se preocupa apenas com a prática de letramento ligada ao processo de alfabetização, entendida como uma competência individual. Enquanto família, igrejas, sindicato entre outras agências de letramento, valorizam as práticas sócio-culturais de uso da escrita.
Eventos de letramento são situações em que a escrita integra-se às práticas cotidianas nos processos de interação social. As práticas de letramento são modelos construídos para uso sociais, discutindo os significados desses eventos.
O modelo autônomo de letramento é o que esta inserido na escola e trata de uma relação de poder na escrita, na qual o indivíduo que sabe ler detém o poder. Já o modelo ideológico, que acontece fora da escola, trata do entendimento da escrita, de cada indivíduo, partindo de sua realidade social.
Essa aula enriqueceu nossos conhecimentos acerca da influência que a variedade de gêneros pode trazer para as crianças, tendo em vista seu desenvolvimento no âmbito da escrita. Levando para nossa prática, esclarecemos nossas dúvidas em relação a respeitar às hipóteses silábicas da criança, como por exemplo, legendar suas escritas quando não escrevem convencionalmente.
O tempo foi o suficiente para a realização desse trabalho e acreditamos que a organização e o aproveitamento do grupo foram de qualidade, além de nos integrarmos no assunto que foi trabalhado.
Ao elaborarmos a apresentação fizemos uma ligação da aula abordada com uma charge que descreve exatamente a relação de poder que o letramento tem nas diferentes classes sociais, sendo que para as mais abastadas ser letrado é uma condição eminente e para as classes minoritárias ser letrado é apenas um sonho, uma "ambição" como fala a charge, de tentar melhorar.

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