segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Percurso Histórico (Maria Rosário Mortatti)

Percurso histórico (Maria Rosário Mortatti)
1876 é a data que registra a introdução de um método de alfabetização de forma mais sistemática e programada nas escolas brasileiras.
“João de Deus” (cartilha)
1876 a 1994 é possível estabelecer 4 momentos na sucessão de métodos de alfabetização.
1º momento – João de Deus x Sintético
A metodização do ensino da leitura – 1876
→ Defensor Silva Jardim
→ Cartilha Maternal
→ Baseava-se na palavração (sem contexto)
→ Método Sintéticos: soletração, fônico, silabação (usado na Grécia e Roma Antiga)
Letra – sílaba – palavra
B - BA - BABÁ

= Letra até o texto (indutivo)

2 º momento: Nova Bússola – Analítico x Sintético
Institucionalização do método analítico – 1890 / 1925
→ Separação do foco de tensão sintético – analítico
→ Produção de cartilhas brasileiras
→ Forte influência da pedagogia Norte-americana, princípios didáticos de caráter biopsicológico da criança
Didática do método analítico: palavração, sentenciação e historieta
= Texto em direção a letra (dedutivo)

3º momento: Misto analítico x sintético
Movimento escolanovista da Educação – Década de 30
→ Consolidação do sistema público / atender as classes populares
→ Criação de leis orgânicas, ministério responsável pela Educação
→ Parte de um todo, mas segue os panos do método sintético: som, sílaba, palavra, frase
→ Ecletismo inicia-se produção maciça de cartilhas, manual do professor, guia do mestre, preparação para primeira série.
Teste ABC (Lourenço Filho)
Avalia a coordenação físico-motora, memória imediata, memória auditiva, memória lógica, coordenação motora, atenção entre outros.
Por ser um método eclético a junção do método sintético e o analítico, e seguir os mesmos passos, continuam a apresentar limitações como:
→ histórias desvinculadas do conhecimento real da criança, os textos não possuem estrutura linguística, apresentam diálogo artificial;
→ as atividades são baseadas em leitura e interpretação de textos, exploração de palavras e decomposição das famílias silábicas;
→ a criança não tem oportunidade de produzir seu próprio texto, partindo de suas experiências e vivências sociais;
4º momento: Psicogênese da língua escrita x Resgate dos métodos tradicionais - 1980
→ Alfabetização: construtivismo e desmetodização
1980 propostas de mudanças na educação, democratizar a escola – mudanças políticas
→ Enfrentar o fracasso na escola
→ Psicogênese da língua escrita – Emília Ferreiro e colaboradores
→ Partindo da hipótese de que a aprendizagem da leitura e da escrita não se limita a sala de aula e de que a criança inicia seu processo de alfabetização muito antes de entrar na escola
Então, é possível alfabetizar letrando?
Na esteira dessas concepções, não é possível pressupor uma COISA ou OUTRA, mas uma e outra. Principalmente quando se constata que não é possível obter um bom grau de letramento sem que tenha, respectivamente um bom domínio da língua escrita.
Cabe ao professor desenvolver práticas de leitura e de escrita em que os alunos possam ler, mesmo sem saber “ler”, e escrever mesmo sem saber “escrever”.
Acontece que, para além dessas concepções, é preciso reconhecer que o ula com o dessa CÓDIGO não é só lingüístico, mas também DISCURSIVO. Requer assumir a concepção de língua como INTERAÇÃO, como possibilidade de agir com e sobre a linguagem, de produzir efeitos, de alcançar intenções.
Nesse sentido, o letramento não é um método, não é uma didática, nem um novo modelo pedagógico, mas, essencialmente, uma CONCEPÇÃO que vai gerar ATITUDES e DIRECIONAMENTOS ao fazer pedagógico. Ou, melhor dizendo, um comportamento que precisa ser mediado.
A escola precisa aproximar a criança da “palavra” o mais que puder. Ajudá-la a perceber a força, a riqueza e o prazer das palavras. Permitir a fantasia, projetar sonhos e desejos, fomentar “humanidades”
Alunas:
Ana Lúcia, Cristiane Machado, Denise Elkaim , Juliana Marland, Karollyne Persaud e Maria Carolina.

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