sábado, 3 de outubro de 2009

Aula do dia 19/09/2009 - Métodos de ensino e formas de intervenção .




Alfabetização, Sócio Construção da Escrita, Construtivismo e Desmetodização

A aula do dia 19 de setembro iniciou-se com uma apresentação sobre o percurso histórico da alfabetização , que foi dividido em quatro momentos. Num primeiro momento onde o método utilizado era o sintético, baseado na silabação. Num segundo momento onde o método era conhecido como analítico sintético, baseado na palavração, marcado também pelo surgimento da Cartilha. Num terceiro momento com o método eclético de alfabetização, onde o trabalho se daria a partir de palavras inseridas em textos, sem estrutura lingüística ou função social, e num quarto momento onde acontece o processo de desmetodização.

Nosso trabalho baseou-se principalmente no que aconteceu no que foi chamado de quarto momento no percurso histórico da alfabetização, que teve inicio em princípios dos anos 80. Nesse período o país sofreu uma importante mudança política e o governo passou a rever os métodos de alfabetização como forma de enfrentar o fracasso escolar nas classes populares. Nesse mesmo período foi publicado o livro “ Psicogênese da Língua Escrita “ , escrito por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, onde as autoras defendiam a idéia de que as crianças já teriam algumas hipóteses a respeito da língua escrita antes mesmo de ingressarem na educação formal , ou seja , já pensariam à respeito da escrita mesmo antes de entrarem na escola. Segundo Ferreiro e Teberosky essas hipóteses iriam sendo substituídas por outras à medida que as crianças fossem superando-as até chegarem na escrita alfabética. Ainda segundo Ferreiro e Teberosky que basearam sua pesquisa na teoria construtivista de Piaget, a criança só avançaria de hipótese quando tivesse a oportunidade de resolver conflitos, pensar e agir sobre a escrita.

Por se tratarem de teorias novas, o construtivismo e a psicogênese da língua escrita foram tidas como solução para o problema do fracasso escolar. Com isso os métodos de alfabetização que tinham como foco o ensino, passaram a focar o aprendizado. Educadores adotaram erroneamente essas teorias como métodos de alfabetização, e abandonaram praticas e teorias tidas como tradicionais. A cartilha foi abandonada, mas nada veio substituí-la. A falta de preparo dos educadores, e a falta de um método geraram mais fracasso escolar, e as criticas ao construtivismo foram inevitáveis. Nesse contexto inicia-se a discussão entre estudiosos do construtivismo e defensores das teorias e métodos tradicionais, discussão essa que perdura até hoje. É importante ressaltar que o real motivo das discussões foi o fato de terem adotado o construtivismo como método , quando não o é.

Então, qual seria o melhor método? Como citamos a cima, a resposta à essa pergunta ainda esta sendo discutida, sendo assim, consideramos que o melhor método é aquele criado pelo professor à partir das necessidades , hipóteses e contexto histórico dos alunos. Para isso é de extrema importância que o professor atue como pesquisador, que continue se especializando e se mantenha inteirado do que se tem de novo e de antigo em relação à métodos e teorias de ensino, para que possa criar e fundamentar sua pratica em sala de aula.

No segundo tempo o professor nos apresentou alguns conceitos e fez algumas considerações à respeito da aquisição do código e da escrita, entendidos como processos diferentes mas que devem ocorrer concomitantemente. Falou um pouco sobre a abordagem sócio-construtivista da alfabetização, descrita por Ferreiro e Teberosky na Psicogênese da Língua Escrita. Onde a autoras declaram a importância de inserir praticas e eventos de letramento no contexto escolar antes mesmo de as crianças estarem alfabetizadas, o que as ajudaria a significar a escrita durante o processo de alfabetização. Enumeramos algumas dessas praticas de letramento como :

· Contato com textos reais ,

· Contato com textos com função social, de comunicaçãol;

· Contato com textos com diferentes estruturas ;

· Contato com diferentes portadores;

· Oportunidade de discussão sobre textos lidos;

· Oportunidade de escrita de textos, mesmo textos ditados e que teriam o professor como escriba.

Em relação à alfabetização, à conceituamos como o processo de aquisição da escrita, sendo ele individual, diferente do letramento que se dá no coletivo, ou seja ,a codificação e descodificação do código lingüístico ligado também à consciência fonética.

Durante a aula também nos foi apresentados os princípios semiográfico , entendido como o conjunto de dimensões extra alfabéticas que organizam a legibilidade de um texto, como a pontuação por exemplo, observado e trabalho melhor a partir de textos, e os princípios fonográficos, entendidos como a consciência da existência de unidades silábicas, processo que se dá mais ou menos espontaneamente , e de unidades menores , os segmentos fonêmicos ,onde a percepção pela criança necessita de intervenção. Discutimos ainda algumas dessas intervenções, destinadas a fazer com que o aluno adquira a consciência fonética entrando novamente no ponto de discussão quanto ao uso de atividades relacionadas à métodos tradicionais .Deveríamos mesmo abandonar tudo o que foi feito em relação à alfabetização antes da teoria da sócio construção da escrita ? Seriam os métodos tradicionais totalmente nocivos à alfabetização, ou algo ainda poderia ser aproveitado? Devemos mesmo abandonar exercícios que estimulem a consciência fonética e a silabação ? São questões a se pensar, e a resposta cabe a nós descobrir ,através da pesquisa, observação e da nossa própria experiência. Pois é preciso conhecer pra criticar , ou mesmo para defender.



Gabriela, Tamires, Naya, Vanessa, Hanaueh, Angela, Giseli.


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