sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aula 01 - Letramento no Contexto das Práticas Sociais de Leitura e de Escrita



A aula dividiu-se em três etapas, a primeira delas referiu-se à apresentação da disciplina, cujo objetivo é a visão ampla do letramento e suas implicações sociais. A segunda etapa referiu-se a uma explanação breve da história do estudo da língua. Iniciou-se no final do século XIX com estudos de cunho descritivo. Já no início do século XX com F. Saussure iniciaram-se os primeiros estudos de lingüística como ciência, estabeleceu-se pela primeira vez a dicotomia entre a oralidade e a escrita. Chomsky defendeu a teoria do gerativismo, onde todos nascem com as competências necessárias para a linguagem, as quais se desenvolvem ou não de acordo com o meio social, apresentando a dicotomia entre competência e desempenho. Na década de 70 os estudos lingüísticos focaram as questões sociais, onde o significado da língua deve ser entendido no contexto. No entanto, esses estudos não foram utilizados na escola (alfabetização), pois o processo de alfabetização está mais vinculado às teorias psicológicas. No Brasil, a partir da década de 80 o foco dos estudos se concentrou na epistemologia genética, no entanto essa teoria foi utilizada de forma errônea como método, ocasionado dificuldades na aprendizagem dos alunos, induzindo à psicologização da escola.
Na terceira etapa a separação dos termos: alfabetização e letramento só ocorrem no Brasil, pois aqui se entende alfabetização somente como a capacidade de codificar e decodificar símbolos e letramento como a capacidade de ler textos, interpretar, ou seja, é a prática social da leitura e da escrita. Sabendo-se que toda comunicação é feita pela linguagem, e que a linguagem é simbólica, toda comunicação é resultado da interação com o outro. Dessa relação distinguimos três termos: linguagem referindo-se à interação social, discurso referindo-se à interação verbal que produz enunciado, é o processo do pensamento: o que falar, para quem e, gênero referindo-se à materialização lingüística da interação, como o enunciado se mostra/apresenta.

O grupo estabeleceu relações do conteúdo da aula:
- A linguagem como interação social com o texto de HAGUETE, T. M. F. A interação simbólica. In: HAGUETE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2005, p.25 – 47, no qual a autora aborda o interacionismo simbólico, que defende que a pessoa se constitui na relação com o outro. Pois sendo a comunicação simbólica, o significado que você dá à resposta do outro envolve a sua percepção e o sentido que você reconhece na resposta do outro. É o modo como você percebe e sente e não necessariamente com o outro percebe. E, é nessa relação simbólica com o outro que você reconstrói o self.

- O letramento como prática social com o texto de LERNER, Délia. Projeto Renovação de práticas pedagógicas na formação de leitores e escritores.
Apresentação no Encontro de Especialistas – C.E.R.L.A.L. Bogotá: 6 a 10 de outubro de 1993.
- A definição de letramento pela voz do aluno no filme, disponível em
www.youtube.com/watch?v=K8RHXKOeTQQ
O que ficou marcado para nós foi a importância do significado da escrita no processo de alfabetização e da formulação clara de questões aos alunos e na compreensão das respostas dadas por eles. Pois, todo o processo se dá pela comunicação. Procedendo dessa forma mantém-se a autoria do texto do aluno.
Foi interessante aprender que o reconhecimento das estruturas gramaticais é inerente ao ser humano, pois na alfabetização de adultos, utilizo fichas para a construção de frases, onde os alunos têm que montar a frase ordenando as palavras (fichas).

Alunas: Adriana, Ana Christina, Emilene, Pattrícia e Tatiana

Um comentário:

  1. Realmente, nessa aula pudemos esclarecer um pouco sobre a complexidade no processo de alfabetização ou letramento, que para mim um depende do outro. Gostaria de comentar sobre a conversa que o Edson propôs quando nos questionou sobre as inovações atuais na educação. Essa questão me levou a refletir bastante sobre tudo o que temos feito hoje dentro da sala de aula e que muitas vezes, acreditamos ser inédito. E que na verdade outras pessoas já pensaram e fizeram coisas mais inovadoras que nós há muito tempo (essa questão do tempo também foi interessante). Na semana seguinte dessa aula, conversei um pouco com meu namorado, que também é pedagogo, e lembramos do Freinet muito conhecido por suas aulas fora da sala, chamadas de aulas passeio. Enfim, o que queria resumir é que os indivíduos têm muitas idéias em qualquer época, a diferença é que muitos inventores não as patentearam.

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